No mesmo período fui apoiar uma amiga na perda de seu amado
pai, um homem extraordinário em seu bom humor, que infelizmente convivi pouco,
mas que me trouxe emoção, porque naquele momento, olhando minha amiga se
despedir com dor daquele que dedicou amor, refleti o quanto é difícil dar adeus
a quem amamos...
E desde então tenho questionado meu coração sobre essa
dificuldade em deixar ir o que não me traz mais alegria, felicidade e paz.
Não acho as razões. Nada vem em mente, só o que foi bom,
eterno, o que me fez plena...só sabe o que acontece dentro de qualquer relação
quem a vive, a opinião dos outros não interessa e a mim, menos ainda, sou muito
surda nesse momento.
Engraçado que colocamos o ponto final naquela experiência
porque não faz bem e depois lamentamos porque não fazia esse tal “bem”, e se
isso é de alguma forma nossa culpa. É? Não? Vai saber...
Quero dizer que somos impelidos a esquecer, a sermos fortes,
a ignorar a avalanche de sentimentos. Eu cheguei à conclusão que para deixarmos
ir embora temos que esgotar as lágrimas e com elas as lembranças. Só assim o
sentimento de perda vai em paz e ficam apenas os bons momentos registrados sem
qualquer centelha de arrependimento.
E se ficar esse sentimento bom, as boas lembranças, sem
culpa ou mágoas, não há problema, não há vergonha em lembrar, em admitir. Sabemos
que qualquer relação que encerra, existe uma mágoa guardada em algum lugar,
mesmo que não queiramos assumir.
Então o melhor mesmo é deixar toda essa mágoa ir...o choro, fazer
seu luto e depois viver, sem reservas, sem medo.
Mas enquanto isso não acontece, vou pensando...como é difícil
deixarmos ir...como é difícil abrir a mão daqueles bons momentos e se permitir
viver outros. Permitir outra história. Mas é vida que segue: “Um dia o coração
faz novas escolhas”! Hoje sou puro sentimento!
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